Durante período de férias escolares, a atividade física pode acabar ficando de lado. Na comodidade de casa e o acesso às telas, os exercícios e brincadeiras externas não são primeira opção para a maioria das crianças. Por isso, é importante haver o incentivo dos pais, evitando o sedentarismo, que prejudica a saúde e o desenvolvimento dos pequenos.
Dados do Ministério da Saúde, divulgados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional de 2022, mostram que mais de 3,6 milhões de crianças e adolescentes estavam acima do peso no Brasil. Dos casos registrados, 1 milhão foram diagnosticados como obesidade. Esse fato é resultado de vários motivos, dentre eles os hábitos adotados e também é um dos efeitos deixados pelo isolamento durante a pandemia da Covid-19.
Um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 2021, mostrou que, antes da pandemia, 67,8% das crianças praticavam atividade física pelo menos duas vezes na semana. Número que caiu durante o primeiro mês de isolamento para 9,77%.
Segundo a pediatra Gislaine Nieto, é considerado sedentarismo quando a criança não exerce nenhuma atividade física. Esse hábito contribui com a obesidade, ou seja, quando a relação de IMC está acima do padrão estabelecido para cada idade.
A pediatra explica que as crianças obesas apresentam 80% de chance de ser obesos adultos e com isso, podem desenvolver a diabetes tipo 2, hipertensão, problemas cardíacos posteriores, alteração de envolvimento na adolescência, psicossocial, baixa autoestima e aumento de colesterol.
Para evitar esses problemas, além da prática de atividades, é preciso diminuir a ingestão calórica, alimentos cheios de açúcar e abolição de frituras. “O ideal é prezar pelos alimentos mais nutritivos, sucos, água e ter cuidado com a quantidade de alimentos”, orienta.
O professor do curso de Educação Física da Universidade Positivo, Ricardo Cunha, ressalta que a atividade é diferente do exercício. “A atividade física pode ser uma ida ao parque ou caminhada. Já o exercício está associado à academia”. Quanto ao tempo de prática, 30 minutos diários ou 300 minutos semanais é o indicado. “O importante é não hostilizar essas atividades, não tornar uma obrigação, mas algo atrativo”.
As telas e os videogames costumam ser banalizados quando o assunto é atividade física, mas a verdade é eles podem ser aproveitados e usados como forma de atividade também. Existem os Kinects que permitem o movimento para jogar. Além disso, eles estimulam a parte intelectual e cognitiva. “Não banalizar esses equipamentos, mas saber ter horários e limites, ajudando até a criar uma interação entre a criança e os responsáveis”, aconselha o professor.
As atividades devem ser mantidas, mesmo durante o período escolar. Esteja em dia com as consultas no pediatra e garanta aos seus filhos um desenvolvimento saudável.