No período gestacional, se iniciam diversos acompanhamentos obrigatórios com a gestante, garantindo mais conforto e evitando futuros problemas. Um deles é o pré-natal odontológico que, ao não receber a devida atenção, pode prejudicar o bebê.
O Governo Federal, pelo Ministério da Saúde, instituiu uma Política Nacional de Saúde voltada para a Saúde Bucal das Gestantes, ressaltando a necessidade do pré-natal odontológico, a partir da avaliação de um Cirurgião-Dentista.
Segundo a odontopediatra Carolina Dea Bruzamolin, esse acompanhamento odontológico deve ser encaminhado pelo obstetra. “As consultas vão orientar a futura mamãe sobre as doenças bucais que podem ocorrer durante todo o período gestacional e sobre as enfermidades já existentes que podem ser agravadas”, explica.
Isso é necessário, pois diversos estudos apontam possíveis relações entre enfermidades bucais com o risco de parto prematuro ou bebês com baixo peso ao nascer, principalmente problemas de gengiva. “Canal e outros procedimentos com anestesia e raio x podem ser feitos”.
Pensando no bebê que está por vir, durante o acompanhamento odontológico, a mãe começa a ser orientada com os cuidados bucais da criança. “Ensinamos a higienizar a boca do bebê: começa quando vem o primeiro dente, não antes, por questão da imunidade que o leite materno proporciona”.
Esse primeiro dente aparece entre os 6 e 8 meses de vida. Assim que ele nasce, é preciso limpar com uma dedeira ou escova de dente para bebês e usar pasta com flúor 3 vezes ao dia. É nesse período que as visitas ao dentista devem começar. “É importante que o profissional seja especificamente um odontopediatra porque ele precisa saber o manejo, protocolos, além dos bebês terem alterações normais características”. Ainda, os pais recebem orientação e acompanhamento adequado.
Em relação à quantidade de pasta de dente, a odontopediatra alerta que até os 3 anos, o correto é usar uma porção equivalente a um grão de arroz. Nos próximos anos, é possível aumentar, de acordo com a recomendação do dentista.
A criança pode começar a escovar sozinha aos 7 ou 8 anos, tendo a supervisão até os 10. Os responsáveis têm outro papel fundamental em relação à higienização bucal. “O exemplo dos pais é muito importante nesse momento, porque as crianças se espelham nos hábitos praticados por eles”.
A prática de bons hábitos saudáveis, quando bem transmitidos nesta fase, contribuem para a formação de adultos com maior consciência sobre os cuidados bucais necessários para uma melhor qualidade de vida.