Olá. É bom ter vocês com a gente na nossa coluna Pequenas Conversas para falarmos das crianças e dos adolescentes.
Mas qual seria o melhor presente que poderíamos dar aos nossos filhos? Já falamos, em colunas anteriores, do nascimento e do desenvolvimento deles, mas, mais do que isso, um bebê precisa de atenção e de alguém que ensine como viver consigo mesmo e no mundo.
Por isso, no primeiro ano — que é fantástico — ele aprende a se movimentar e vai coordenando os movimentos: primeiro a mãozinha que ele leva à boca; depois, ele passa a usar essa mãozinha para pegar objetos. Em seguida, ele começa a conhecer o próprio corpo, e é um movimento lindo de se tocar. Todos lembram, né, dos bebês quando pegam o pezinho e começam a levar à boca? Coisas que depois não conseguimos mais fazer tão facilmente, mas que são uma atitude essencial de reconhecimento do próprio corpo.
Só depois que o bebê pega o pezinho, leva à boca, morde seus dedinhos, ele entende que aquele pezinho é dele, assim como entendeu a mão e o corpo. E é a partir desse movimento que ele consegue sentar.
A natureza é muito esperta. Depois de reconhecer o corpo, ele passa a tocar os genitais, puxa, observa e, se pudesse, levaria à boca como fez com o pezinho. É mais uma forma de reconhecer o próprio corpo até que ele chegue à cabeça. E aí vem uma fase em que eles nos mordem no rosto para entender o que é um rosto. Não é agressividade. É aprendizado: aprender como é o outro e como ele é.
Ele tenta pegar nossos cílios, nossas sobrancelhas, pega os dele, acha a orelhinha, acha os próprios cabelinhos… é muito lindo tudo isso. Somente quando ele constrói uma imagem completa do corpo é que ele pode ficar de pé e caminhar.
Então, podemos ensinar nosso bebê, estimular e permitir esse desenvolvimento natural. Isso depende de nós.
Sou Luci Pfeiffer, fonoaudióloga pediatra e psicanalista, e aguardo vocês na próxima coluna Pequenas Conversas. Até lá!
