Hoje vamos falar de planos para o futuro, aquilo que normalmente as pessoas fazem quando mudamos o calendário, como se fosse uma vida nova, a partir do dia primeiro de janeiro de 2024. E na verdade, estamos dando uma continuidade ao que começamos em 2023. Mas nesses planos, que é tão bom a gente rever, que é tão bom a gente poder pensar o que deu certo, o que não foi tão bom, para podermos viver um outro tempo melhor. Onde estão as crianças e os adolescentes de vocês? Eu sou Luci Pfeiffer, médica pediatra, psicanalista, da Sociedade Brasileira de Pediatria, e gostaria muito de fazer esse caminho de pensar com vocês.
Nesse ano, quantas vezes vocês abraçaram seus filhos? Crianças, os pequenininhos são mais fáceis, né? Mas os maiores, os adolescentes. Quantas vezes vocês abraçaram? Quantas vezes vocês disseram que os amam e que eles são importantes na sua vida? Muitas vezes no dia a dia e na ânsia de ter que oferecer para os nossos filhos, para as crianças que temos a nossa volta, o que podemos dar de melhor, esquecemos que o melhor de nós é nossa atenção e o nosso carinho.
Muitas vezes temos com as crianças relações que passam a ser pelo dia a dia, pela infância que tivemos, pelo que aprendemos nas nossas infâncias, que talvez nem sempre foram tão boas; podemos passar a ter relações muito ásperas ou de cobranças de desempenho, aquilo das notas, e esse final, os finais de ano sempre são de muita angústia para muitas crianças e adolescentes, que não conseguiram aprender tudo o que deviam ou que era esperado. E temos que pensar, por quê.
Quando fazemos planos para o ano seguinte, quem sabe podemos pôr nossos planos na nossa cota de do novo esse olhar, esse cuidar e essa possibilidade de dizer para aqueles que criamos ou esses que temos a nossa volta, o quanto eles são importantes em nossa vida. São nossos melhores investimentos. Vão levar uma parte de nós para seus filhos também e depois para os nossos netos.
Então, quem sabe pensar o quanto demos de carinho, do nosso tempo, de atenção, o quanto nossos abraços e beijos podemos dar nesses que estão à nossa volta e para o ano que vem, o que podemos fazer de melhor. Nunca uma relação áspera de cobrança e de agressividade vai fazer bem para um outro, especialmente a criança e o adolescente, que busca no pai, na mãe, nos avós, o seu modelo, o seu modelo de vida e também, busca neles a sua aprovação. Com certeza, o elogio, o carinho, o abraço e as demonstrações de amor podem fazer muito mais, muito mais vantagem. Pode trazer muito mais vantagem ao desenvolvimento de uma criança e de um adolescente.
Vamos pensar nisso, que tal?
Quantos abraços e beijos e elogios demos e quanto quantos podemos dar num ano que vai se iniciar? Agradeço a atenção de vocês e espero todos na próxima coluna, pequenas conversas até lá.