Que bom ter vocês com a gente na nossa coluna “Pequenas Conversas”. Sou Luci Pfeiffer, médica pediatra e psicanalista de crianças e adolescentes; e convido a vocês para conversarmos hoje sobre uma característica, que se diz das crianças e dos adolescentes. Ele ou ela, “ele é mal-criado”. Vocês já pensaram nessa palavra?
“Mal-criado” porque ele me respeita; porque ela não obedece; porque ela faz o que ela quer. Como se as crianças e adolescentes já nascessem como personalidade própria. Não nascem.
Se vocês perceberem bem, eles são cópias de muitas das nossas atitudes e às vezes cópias tão perfeitas porque nos imitaram e eles precisam ter um adulto como espelho, como um modelo; eles nos imitaram ou imitaram o outro lado, não é?
É o filho que imita a mãe; ele reproduz comportamentos da mãe. E às vezes comportamentos que até o pai não admira e, às vezes, esse pai pode ser muito rigoroso com esse filho.
Da mesma forma, atitudes que são também da mãe; são também do pai e a mãe é se irrita duplamente, porque aquele comportamento já não agrada no seu parceiro.
Então vamos lembrar a criança e o adolescente não nascem prontos. Eles vão aprender o que nós ensinamos. Falar “mamãe”, falar “papai”, eles não sabem nem coordenar o corpo.
Por isso precisamos carregá-los no colo por pelo menos um ano, até que consigam caminhar sozinhos. Mesmo assim, vão precisar do nosso apoio por muito tempo.
Então, como falamos em “mal-criado”, falamos de criação. E pai e mãe são responsáveis totalmente pela criação de seus filhos.
Sem mal-criado, alguma coisa de errado aconteceu. Quem sabe vocês possam pensar nisso e rever as suas atitudes, seus exemplos, para que esse filho, essa filha, possa ter um futuro digno; possam saber lutar pela vida, especialmente aproveitar todos os seus dias felizes com o que fazem.
“Pequenas Conversas” é uma parceria da Rede AERP de notícia e DEDICA, um programa de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Até a próxima coluna.