Mais de 200 crianças e adolescentes são atendidos todos os dias pelo SUS (Sistema Único de Saúde) após sofrerem algum tipo de violência sexual. Esse número, por si só alarmante, representa apenas uma fração dos casos reais, já que a maioria das situações sequer chega ao sistema de saúde. A grande parte dos abusos ocorre dentro do próprio ambiente familiar, o que exige atenção constante de pais, responsáveis e profissionais que convivem com o público infantojuvenil.
Na coluna Pequenas Conversas, a médica pediatra e psicanalista Lucy Pfeiffer convida à reflexão sobre a importância de agir e de conscientização sobre o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
“Precisamos nos unir e prestar atenção nas nossas crianças. A maioria dos casos acontece dentro de casa. Por isso, devemos olhar com cuidado, perceber sinais de alerta e orientar desde cedo que o corpo é nosso. A criança e o adolescente têm direito a dizer não”, afirma Lucy.
Ela ressalta a necessidade de escuta e acolhimento diante de qualquer situação desconfortável relatada pelos jovens. Reconhecer os sinais, oferecer apoio e garantir que saibam seus direitos são passos fundamentais para romper o ciclo da violência e preservar o desenvolvimento emocional e físico das vítimas.
A médica reforça ainda que essa conscientização não deve ser pontual, mas sim permanente e coletiva: “Todos podemos ser agentes de mudança. Ao oferecer ajuda, podemos interromper uma violência que, se não tratada, deixa marcas profundas”.
A coluna Pequenas Conversas é uma parceria entre a Rede APP de Notícia e o Programa Dedicado à Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.